A História de Ramon Llull (1232-1316) em quadrinhos
L'auca de Ramon Llull
Mallorquí universal i filòsof genial
Desenhos: Jaume Gubianas
Texto: Joan Vilamala
Edició: Escola Municipal de mallorquí de Manacor
Adaptação: Tatyana Nunes Lemos
Revisão final: Ricardo da Costa (Ufes)
Foi em Palma, uma grande cidade,
Onde nasceu o beato, defensor da cristandade.
Eram tempos de guerra e de Reconquista,
E Jaime I era o rei expansionista.
Ramon foi pajem e senescal,
E na corte fazia o seu jornal.
Trovador esperto, de nobre família,
Era também um jovem membro da cavalaria.
Quando decidiu se casar,
Escolheu Blanca Picany para desposar.
Até que um dia, de repente,
Jesus Cristo apareceu, bem na sua frente.
Era um chamado para a conversão,
E Ramon pensou: “Por que não?”
Para São Jaime iniciou sua peregrinação,
Levando seu cajado, sua bolsa e seu surrão.
Também visitou Rocamador.
Quantos caminhos lhe mostrou o Senhor!
Com um escravo o árabe aprendeu,
E logo, logo, de sua casa correu.
Então Ramon subiu no monte Randa,
E assim começou sua propaganda.
Ramon fez a Arte, um pensamento novo e profundo,
E com ela desejou mudar totalmente o mundo.
Ele queria que o Islamismo fosse transformado,
Pois se dizia um grande sábio iluminado.
Ramon escreveu com profusão,
O grande Livro da Contemplação.
Também escreveu o Livro da Ordem da Cavalaria,
E o Livro de Santa Maria.
E mais aquele Livro do gentio,
E também o da Doutrina pueril.
A novela Blaquerna escreveu,
E o mundo todo leu.
Já Félix caminhou milhas e milhas,
No grande Livro das Maravilhas.
Quando ficou velho, Blaquerna deixou o papado,
E escreveu o Livro do Amigo e do Amado.
Blaquerna era um super-homem tolerante,
Que herói, que homem fascinante!
Já Félix caminhou milhas e milhas,
No grande Livro das Maravilhas.
No Livro das Bestas Félix percebeu,
Que o mal na corte do rei cresceu.
Para sua Arte poder divulgar,
Ramon criou uma escola em Miramar.
Ali educou intrépidos missionários,
Para divulgar a fé aos adversários.
Ao defender o diálogo para a conversão,
Desenvolveu uma fé cega na razão.
Por Paris e Sorbonne Ramon passou,
E em uma aula magna ele ensinou.
Falou com reis e falou com o papa,
De Ramon ninguém escapa.
O pobre homem ninguém quis escutar,
Mas ele, teimoso, decidiu viajar.
E Ramon fez viagens e missões,
Apesar das grandes dúvidas e tensões.
Foi a Túnis tentar convencer
Os adversários que não queriam crer.
Ali provocou uma grande confusão,
E por pouco não recebeu uma flagelação.
Para Nápoles ele decidiu voltar,
E com o papa Celestino foi se encontrar.
Como Blaquerna, o ermitão,
Celestino abdicou com sofreguidão.
Para ter mais influência,
Ramon escreveu a Árvore da Ciência.
E também a Árvore da Filosofia,
Que ao rei Felipe, o Belo, envia.
Quando setenta anos completou,
Para a Terra Santa e Armênia Ramon viajou.
Sentindo-se inválido e vagabundo,
Escreveu o Canto de Ramon para o mundo.
Compôs o Desconsolo, um belo poema,
Onde sua sorte é o principal tema.
Em 1307, num belo dia,
Viajou pelo mar até Bugia.
Mas com sua pregação,
Só conseguiu obter a expulsão.
Para a Europa e Vauvert ele voltou,
Quando suas idéias o mundo aceitou.
Ali fez uma miscelânea,
Chamada Vida Coetânia.
Foi em Vienne, no Delfinado,
Que um Concílio foi convocado.
Sentindo sua confiança aumentar,
Ramon Llull decidiu se apresentar.
E ali falou pouco a pouco,
Para que não o tomassem por louco.
Voltou para casa decepcionado,
Mas não se sentiu derrotado.
Para Túnis outra vez voltou,
E dali ferido e morto retornou.
Ramon, louco ou gigante, cheio de esperança,
Hoje com São Francisco descansa.